Tiago Barroso jogou no Sporting ao lado de Ricardo Quaresma e Hugo Viana, mas, apesar de dizer que sente saudades do futebol, o actor acredita que é na representação que quer estar. Há dois anos que integra o elenco de ‘Floribella’ e garante que a comédia é a sua praia. Enquanto novos projectos não surgem, aproveita para fazer música. Tem apenas 24 anos e já fez história em muitas áreas. Jogou futebol e foi jornalista. Porém, o sonho de ser actor falou mais alto. Multifacetado, diz que se pudesse representaria, cantava e ainda fazia relatos desportivos. Mas é como actor que se sente realizado.
- Correio Vidas TV – É actor, mas já foi jogador do Sporting...
- Tiago Barroso – Passei ao lado de uma grande carreira (risos). Foi uma parte da minha vida e cheguei a ser federado. Comecei a jogar a sério aos oito anos, no Olivais e Moscavide. Depois fui para o Sporting onde estive durante três anos e conheci as vedetas actuais. Deixei o clube porque chegou uma altura em que tive de escolher. Voltei para o Olivais e Moscavide para conseguir ir à faculdade.
- Arrependeu-se de deixar o futebol?
- Tenho saudades, apesar de jogar uma vez por semana. Mas não me arrependo porque adoro o que estou a fazer e sinto-me realizado.
- Jogou com Ricardo Quaresma e Hugo Viana...
- Exactamente. E agora quando os vejo jogar bate a saudade.
- Mantém contacto com eles?
- Não nos telefonamos, mas quando nos encontramos cumprimento-os.
- Por que decidiu tirar comunicação social?
- Muita gente vai à faculdade apenas para ter um curso, uma segurança, mas isso não aconteceu comigo. Gostei muito de jornalismo e trabalhei para jornais desportivos – fui colaborador do ‘Desporto Jovem’ e ainda estagiei no jornal ‘Record’. Até que comecei a fazer um curso de teatro, no Teatro da Luz.
- E terminado o curso...
- No final tinha uma peça que correu bastante bem. Estava supermotivado e convidaram-me para fazer o casting para a ‘Floribella’.
- Diz que um dos seus sonhos é fazer relatos de futebol...
- Gosto muito de jornalismo, principalmente desportivo, e essa seria uma boa maneira de pôr em prática a minha formação. Mas faço relatos de futebol regularmente, nas actuações da minha banda de música: os ‘Aspegiic’ (não é um medicamento, mas também tira dores de cabeça).
- Vê-se a trabalhar como jornalista?
- Tive a sorte de experimentar uma área fascinante que, quando se começa, agarra. Não tirei o curso por tirar, mas sim por gosto, por isso se tiver oportunidade claro que vou aproveitar. Mas a minha prioridade é a representação.
- É na representação que se sente realizado?
- Estou na ‘Floribella’ há dois anos e tem corrido tudo bem. Estou viciado nesta vida. Sinto-me cansado, mas feliz e útil. É isto que quero da minha vida.
- A ‘Floribella’ está a caminho do fim...
- Sim. Mas quero continuar na televisão.
- E há projectos?
- Não posso dizer nada nesse sentido, até porque não tenho certezas. Estou optimista, mas não sinto uma preocupação constante.
- É multifacetado. Joga futebol, foi jornalista, é actor e ainda tem jeito para a música.
- Já disse uma vez que eu estou numa rotunda e tenho várias saídas. Gosto de, de vez em quando, dar a volta à rotunda, mas neste momento tenho o pisca ligado para a representação.
- Teve formação em música?
- Dois anos de aulas de canto. Nunca tive aulas de guitarra, mas toco alguma coisa.
- Agora tem os ‘Aspegiic’, os ‘Kisto’ e a banda da ‘Floribella’...
- Não sei se a banda da ‘Floribella’ vai continuar, mas gostava. A ‘Floribella’ foi um fenómeno muito grande, quer se goste ou não, um produto que revolucionou. Mas agora está na altura de fazermos coisas novas.
- Precisa de mudar?
- Acho que sim. Não é por precisar ou estar farto de fazer o ‘Henrique’. Confesso que vou ter muitas saudades de toda a gente. Damo-nos muito bem e, ao fim de 12 horas de gravações, saímos juntos. É estranho. Acho que na última semana vamos andar tristes.
- Quem o marcou mais nestes dois anos?
- Dou-me bem com todos, mas tenho uma relação especial com os ‘Kisto’: um grupo de música que eu, o Rodrigo Saraiva, o Marco Medeiros e o Afonso Pimentel criámos nos intervalos das cenas.
- Tem uma faceta cómica muito presente...
- A comédia é a minha praia, por assim dizer.
- Os seus pais aceitaram bem a decisão de enveredar pela representação?
- Ao início estavam apreensivos. Não sabiam como as coisas funcionavam, mas aceitaram bem.
- Não se deslumbrou?
- Tenho os pés assentes no chão e sei que a fama é efémera. Nada mudou em mim.
IMAGEM
- Correio Vidas TV – Gosta de se ver na televisão?
- Tiago Barroso – Sou muito crítico. No geral, podia estar melhor. Quanto à imagem, acho que já me habituei a ver o ‘Henrique’ assim. Vou achar estranho quando cortar o cabelo.
- Reconhece ter algum tique?
- Tenho o tique do ‘Henrique’ de ajeitar os óculos. Faço-o no dia-a-dia apesar de não usar óculos. Às vezes até saio do estúdio com os óculos de cena que não são graduados.
- Mudava alguma coisa?
- Acho que o ‘Henrique’ é, no fundo, o totó e acredito que esteja perfeito.
- Qual foi o melhor momento da sua carreira?
- Foram vários. Adorei uma cena na primeira série, em que fomos jogar bowling. Foi hilariante. Gostei ainda da cena na segunda série em que me vesti de freira.
- O momento mais embaraçoso?
- Foi mesmo a primeira cena. Estava muito nervoso, não consegui dormir na noite anterior e acordei mal-disposto. Parecia que ia para uma tortura. Cheguei aos estúdios e sentia-me deslocado, mas depois de gravar a primeira cena só queria mais.
- Gosta de ser reconhecido na rua?
- Acho que não se trata de gosto pessoal. Lido bem com isso e é uma consequência do meu trabalho, o que acaba por ser positivo. Se não me dissessem nada, alguma coisa estaria mal.
- Uma pessoa de referência na televisão?
- Gosto muito dos actores Anthony Hopkins e Jack Nicholson. Em Portugal, aprecio o trabalho do jornalista José Rodrigues dos Santos.
- Conteúdo preferido em TV?
- Vejo imenso desporto e passei a ver telenovelas. Sou víciado em filmes e, sempre que tenho disponíbilidade, fico horas a ver canais de música e documentários.
NAMORO DE QUATRO ANOS CONTINUA FIRME
Há quatro anos que Tiago Barroso namora com Mariana e, apesar das muitas horas de gravação, a relação não tem sofrido qualquer revés. “A Mariana vê-me feliz e é meio caminho andado para estarmos bem”, considera o jovem que, ainda assim, admite a dificuldade de se aceitar a vida de actor. “No início é difícil para as pessoas compreenderem o cansaço e o trabalho, até porque encaram esta profissão como outra qualquer, o que não é”, diz Tiago Barroso. A relação com Mariana tem sido bastante discreta, postura que, segundo o intérprete de ‘Henrique’, não é propositada. “Vivo a minha vida. Não escondo a Mariana, mas também não a mostro. Isto é o meu trabalho e ela acompanha-me quando pode”, garante, acrescentando que a namorada aceita bem o facto de Tiago ser figura pública.
PERFIL
Nasceu em Lisboa, no dia 1 de Maio de 1983. Dos três aos 18 anos estudou no colégio Valsassina onde o pai era professor de Matemática. Enquanto estudava, começou a jogar futebol, tendo vestido a camisola do Sporting, com Ricardo Quaresma e Hugo Viana. “Passei ao lado de uma grande carreira no futebol”, refere o actor quando acabou por optar pelos estudos. Formou-se em Comunicação Social, estagiou no jornal ‘Record’ e, em seguida, decidiu tirar um curso de teatro. No final, foi convidado para fazer um casting para a ‘Floribella’. Ficou com o papel e há dois anos que interpreta a personagem ‘Henrique’. A música é outra das suas paixões, integrando as bandas ‘Aspegiic’ e ‘Kisto’.
In Correio da Manhã